com a quantidade de portas que tem o metro, com a quantidade de metros que há por hora, com a quantidade de horas que tem o dia, com a quantidade de pessoas que há em lisboa... qual é a probabilidade de entrar precisamente na porta em que eu estou com o meu namorado a única pessoa que seria verdadeiramente inconveniente? qual a necessidade dos olhares fugidios, do coração a saltar do peito num misto de surpresa e pânico, das inúmeras questões que eclodem na minha cabeça no mínimo espaço de tempo desde que o avisto até o metro parar, de desejar que por algum raio não tivesse entrado naquela porta, que houvesse algum lugar onde se pudesse sentar, de preferência longe e de costas, em vez de ficar de pé, ali tão perto.
tudo isto enconberto, com mestria improvisada de actriz, sem que nada transpareça, o sorriso o beijinho as mãos dadas. como se nada fosse. mas o medo, o desespero foram insuportáveis aqueles meros minutos, entre uma estação e a seguinte.
mas nada transpareceu.
apenas ficou uma miscelânea de sensações indecifráveis, acumuladas algures entre o coração e o cérebro.
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